quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ainda vou a tempo?

-Oh pá, porque não escreves um livro?
Ora aí está a pergunta que nos últimos tempos se tem tornado incómoda e aborrecida. Ainda não o suficiente para retorquir com um "Talvez no dia em que ler o teu epitáfio!", mas para lá caminha.

Todos conhecem a profecia de Andy Warhol, aquela cena dos 15 minutos, bem como um adágio ou lá o que é, plantar a árvore, ter um bastardo e escrever um livro. Porque raio queremos estas merdas? Queremos ser famosos para alimentar um conceito fútil ou mesmo uma doença que nos impele a ser histriónicos. Juntando a isto há necessidade de justificar e colorir a porca existência, regemo-nos por valores e objectivos que nem sequer questionamos mas que cegamente seguimos como que estivesse inscrito no nosso código genético. Eu não sou diferente, mas tento ser. Há que contrariar a tendência!!!

Será viável? Não estou a ver uma gaja qualquer foder comigo sem preservativo, não estou a ver alguém no seu perfeito juízo a querer por no mundo parte do meu ADN, isso seria perpetuar um defeito, um acidente. Seria como espalhar a SIDA de uma forma consciente, mas neste caso seria conceber uma doença em forma de gente.
Plantar uma árvore exige trabalho, exige mexer na terra, exige cavar um buraco, exige sujar-me! Esta é fácil: ter trabalho, eu? Vão-se foder...
Hoje em dia tudo o que é merda escreve um livro. Qual será o interesse em ler uma biografia sobre um azeiteiro que ficou famoso pela sua estupidez e pelo gosto em ficar privado da liberdade? Até que ponto é que queremos acreditar que a filha de um humorista consegue meter cunhas no Céu ou no Inferno?

Confesso, gostaria de ser famoso! Mas pelos piores motivos, ou não fosse eu um adepto da contra-corrente e dos comportamentos bizarros. Não me importo até de o ser postumamente, mas recuso-me a utilizar 15 minutos da minha vida em futilidades efémeras. Gostaria de ser um Theodore Kaczynski ou mesmo um Sante Geronimo Caserio.

O livro... Escreverei logo após ter plantado um pinhal inteiro, ainda maior que o de Leiria como forma de compensação. Ainda tenho o bom-senso em não abater árvores apenas porque há alminhas entediadas que gostam de ler caralhadas e relatos de comportamentos bizarros que envolvem drogas, putas e uma ou outra ilegalidade. Além de ter a percepção que talento não é sinónimo de ter piada!

3 comentários:

Anónimo disse...

Comentários aprovados pelo autor, hem???

Ok...

Já te tinha falado na hipótese do Bonsai..

Anónimo disse...

Este é o teu livro sem limites

Carla disse...

Para quem tem um ego do caraças, temos aqui a tua humildade também!

Das melhores qualidades !


Beijo.