quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Carta de intenções

Olá!
Serve esta missiva para me apresentar de uma forma sucinta a todos aos que por engano aqui vierem ter. É, sou um indivíduo formal e educado, que gosta do aprumo e da rigidez das regras e das mamas! Convém não esquecer que, embora educado, continuo a ser um homem...
Mas nem sempre fui assim, aliás, esta minha forma de estar e de agir é bem recente e faz parte do meu renascimento! Não comecem já com merdas, não abracei a religião, não tive visões proféticas de Deus, Alá, Buda, Dino Meira e nem sequer sou amigo da Alexandra Solnado. Eu explico: desde há muitos anos que isto me acontece de forma cíclica, reinvento um novo eu, levo uma vida normal e depois entro em declínio até chegar a um estado deplorável que culmina na minha "morte". Isto acontece por uma razão, padeço de uma doença crónica chamada Borderline, algo que me trás alguma satisfação porque esta denominação anglicista e rara dá-me algum status, uma espécie de doença exclusiva dos ricos e de figuras distintas. Têm que concordar comigo, era muito chunga eu dizer que sofria de hemorróidas e tinha uma carrada de chatos.
Apesar das teses clínicas apontarem como causa destes ciclos, os Equinócios, os Solstícios e o Índice NASDAQ, a verdade é que tenho reparado que esta minha condição é coíncidente com o início e termo das minhas relações amorosas. Mas só nas de média-longa duração, porque nas curtas, as ocasionais, não tem acontecido nada, apenas acordo no dia seguinte com menos 300€.
Para ser mais detalhado e ao mesmo tempo ser mais mais abrangente no universo de leitores, passo a explicar de uma forma cénica e comparativa:
Pá, sou mais maluco de um Bipolar mas não tenho tomates para chegar a Esquizofrénico! Sou irascível (bruto com'ó caralho), passo de um estado depressivo para um estado eufórico num curto espaço de tempo (estou uma beka fodido e depois, de repente, fico todo alucinado), abuso de substâncias tóxicas (dou na coca à força toda, e se oferecerem, eu aceito) e recorro à auto-mutilação numa forma muito própria, enceto relações inconsequentes com mulheres ditas "low expectations" que me causam uma certa repulsa (fodo os pulsos e os braços com uma naifa).
Creio que a minha singela e digna apresentação está feita, resta-me agora deixar-vos apenas uma mensagem:
Depois digam que não vos avisei!