Curto tanto blind dates que um dia destes convidam-me para sócio honorário da ACAPO...
...e a título póstumo!
sábado, 25 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Na fronteira entre o Ser e o deixar de Ser
A minha vida é muito aborrecida e monótona! É por isso que, de quando em vez, pisco o olho à morte.
Há muito tempo que não nos cruzamos, minha querida...
Há muito tempo que não nos cruzamos, minha querida...
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Anonimamente teu! ou Seja qual for a tua Graça, já não tem graça..."
Este blog evoluiu para um patamar superior, chegou às 2 visitas diárias! Excluindo as minhas, claro... Alguém (ou algo), com uma precisão baseada em horário de expediente, dedica-se exaustivamente, e de forma nervosa, feroz e aleatória, a comentar múltiplas vezes cada texto. Agradeço os elogios, mas creio que ainda não sou merecedor já que a minha antipatia, sociopatia, misogenia, misantropia e afins, ainda são muito rudimentares. Ainda me falta bastante para chegar à perfeição, à antítese do conceito socialmente unânime de Ser Humano!
Comente! Comente até mais não, como se a sua vida dependesse disso. Ofenda-me, destrate-me, dedique-se à destruição da minha pessoa, mas por favor, cada vez que o fizer, invente um nome. Na verdade é a única coisa que me chateia, gostava de ver qualquer coisa diferente, já que os insultos são todos iguais e redundantes independentemente do texto. Assim havia variedade em qualquer coisa, havia novidade.
"Eyeholes in a paper bag
Greatest lay I ever had"
Comente! Comente até mais não, como se a sua vida dependesse disso. Ofenda-me, destrate-me, dedique-se à destruição da minha pessoa, mas por favor, cada vez que o fizer, invente um nome. Na verdade é a única coisa que me chateia, gostava de ver qualquer coisa diferente, já que os insultos são todos iguais e redundantes independentemente do texto. Assim havia variedade em qualquer coisa, havia novidade.
"Eyeholes in a paper bag
Greatest lay I ever had"
...eu também gosto muito de ti... ;)
sábado, 11 de setembro de 2010
273,15 graus abaixo de zero
A primeira reacção perante algo ou alguém desconhecido, é saber o nome. É quase uma obsessão, um instinto primário que nos assola. Antroponimicamente falando, é universal, todos necessitamos de um, como se isso fosse a regra primordial para a existência, sendo até mais importante que uma contracção cardíaca, um pensamento ou mesmo um sorriso. Todos precisam de um nome, até um cadáver indigente: o Zé Ninguém!
Nome, Alaska! Sim, o nome da cidade é precisamente Nome. Um do locais mais frios neste mundo, um dos locais que venero, o meu Xangrilá. Nome fascina-me, não pelo nome, mas pela desolação, pelo inóspito, pelo branco letal ou talvez pelo extremo da emoção de uma solidão gélida e inominável! Durante horas miro-a de um forma voyeur, conheço-a de fio-a-pavio, um dia será minha, será lá que talvez um dia encontrarei a minha redenção, a minha paz, ou aquilo que mais anseio, um calor não-efémero.
Meço a minha temperatura e não há novidade: zero! Não há, é um zero absoluto, sou emocionalmente gélido, vazio, consciente... E por isso mesmo, pela tal inevitável consciência, persigo ansiosamente os 36.4º, percebi que, mais importante que o meu nome próprio, é sentir. Vale tudo para lá chegar: um risco de coca dá-me 20 minutos de clareza cristalina; uma chinesa dá-me uma hora de torpor pacífico; um risco de MDMA dá-me uma noite de paixões arrebatadas.
Idealizo situações, busco por um conceito de belo previamente encenado e interiorizado, mimetizo comportamentos observados, tento numa ânsia descontrolada mentir-me com todos os dentes que tenho e não tenho, e nas minhas perversões, paixões e orgasmos tenho todos os efeitos das drogas numa só. E por momentos existo... Mas é artificial. Tal como nas drogas, passa depressa, é plástico e efémero. Protelo, insisto, talvez pegue de estaca, mas não. É frio, é branco, é desolador.
Vale tudo para lá chegar: desde o jogo mais perverso à droga mais estimulante! Vale tudo para sentir o que quer que seja, vale tudo para provocar o degelo emocional. E no fim não vale nada, volto ao ponto de partida, onde pelos vistos será sempre o meu ponto de chegada. No fim quero ir embora, quero ir para o conforto do estar só! Não quero aquilo que tenho, só quero aquilo que ainda não tenho.
Mais uma vez, vou a jogo. Algo novo e nunca feito! Vale tudo por uma taquicardia, por um suor frio ou um sentimento de abandono corporal.
As regras estão na mesa:
Ela: Olá! Queres dar uma queca?
Eu: Sim.
Ela: Agora que sabemos que queremos, falta o onde e quando.
Eu: Agora? Assim, sem mais nem menos?
Ela: Sim
Eu: OK...
Ela: No ponto X apanhas-me e não me diriges a palavra. Se for execrável ao teu olhar, dás meia-volta e deixas-me no mesmo sítio. Se fores execrável ao meu olhar, peço-te para dares meia-volta. Se nenhum capitular, só falamos depois de dar a dita...
Eu: OK!
Embora desconfie, lanço-me no desconhecido. Ao chegar, o coração dispara! O que será? Um estafermo? Um assalto? Mesmo com o perigo de uma lâmina nas goelas, avanço sem medo, sinto calor, sinto gotas de suor, sinto arrepios de frio, sinto qualquer coisa...
E no ponto X, à hora marcada, uma mulher alaranjada, esguia, alta e bela entra no carro. Nem uma palavra... Espero a ordem de meia-volta e nada! Sigo caminho.
Joguei pelas regras, e no fim falámos. Coisas fúteis, de circunstância, mas nunca sobre os motivos sombrios nos levaram até ali. Ambos escondemos as nossas verdadeiras razões de tal jogo perverso, perigoso e emocionante. Ficará para uma outra vez, quem sabe...
Descrevo-a de olhos fechados: 1,80m, cabelos ruivos, aliás, é mesmo tudo ruivo, pele branca como leite sem qualquer sinal, um deserto de marcas de nascença, como se fosse a própria negação de uma existência, um cheiro humano, sem os supérfluos aromas sintéticos. Uma pessoa que de execrável nada tem, uma mulher com quem sonhamos... E mais uma vez, anseio por aquilo que ainda não tenho. E o mais intangível neste encontro bizarro está patente na minha pergunta, que teve apenas como resposta, um sorriso e o bater da porta do carro:
-E qual é a tua graça....?
Nome, Alaska! Sim, o nome da cidade é precisamente Nome. Um do locais mais frios neste mundo, um dos locais que venero, o meu Xangrilá. Nome fascina-me, não pelo nome, mas pela desolação, pelo inóspito, pelo branco letal ou talvez pelo extremo da emoção de uma solidão gélida e inominável! Durante horas miro-a de um forma voyeur, conheço-a de fio-a-pavio, um dia será minha, será lá que talvez um dia encontrarei a minha redenção, a minha paz, ou aquilo que mais anseio, um calor não-efémero.
Meço a minha temperatura e não há novidade: zero! Não há, é um zero absoluto, sou emocionalmente gélido, vazio, consciente... E por isso mesmo, pela tal inevitável consciência, persigo ansiosamente os 36.4º, percebi que, mais importante que o meu nome próprio, é sentir. Vale tudo para lá chegar: um risco de coca dá-me 20 minutos de clareza cristalina; uma chinesa dá-me uma hora de torpor pacífico; um risco de MDMA dá-me uma noite de paixões arrebatadas.
Idealizo situações, busco por um conceito de belo previamente encenado e interiorizado, mimetizo comportamentos observados, tento numa ânsia descontrolada mentir-me com todos os dentes que tenho e não tenho, e nas minhas perversões, paixões e orgasmos tenho todos os efeitos das drogas numa só. E por momentos existo... Mas é artificial. Tal como nas drogas, passa depressa, é plástico e efémero. Protelo, insisto, talvez pegue de estaca, mas não. É frio, é branco, é desolador.
Vale tudo para lá chegar: desde o jogo mais perverso à droga mais estimulante! Vale tudo para sentir o que quer que seja, vale tudo para provocar o degelo emocional. E no fim não vale nada, volto ao ponto de partida, onde pelos vistos será sempre o meu ponto de chegada. No fim quero ir embora, quero ir para o conforto do estar só! Não quero aquilo que tenho, só quero aquilo que ainda não tenho.
Mais uma vez, vou a jogo. Algo novo e nunca feito! Vale tudo por uma taquicardia, por um suor frio ou um sentimento de abandono corporal.
As regras estão na mesa:
Ela: Olá! Queres dar uma queca?
Eu: Sim.
Ela: Agora que sabemos que queremos, falta o onde e quando.
Eu: Agora? Assim, sem mais nem menos?
Ela: Sim
Eu: OK...
Ela: No ponto X apanhas-me e não me diriges a palavra. Se for execrável ao teu olhar, dás meia-volta e deixas-me no mesmo sítio. Se fores execrável ao meu olhar, peço-te para dares meia-volta. Se nenhum capitular, só falamos depois de dar a dita...
Eu: OK!
Embora desconfie, lanço-me no desconhecido. Ao chegar, o coração dispara! O que será? Um estafermo? Um assalto? Mesmo com o perigo de uma lâmina nas goelas, avanço sem medo, sinto calor, sinto gotas de suor, sinto arrepios de frio, sinto qualquer coisa...
E no ponto X, à hora marcada, uma mulher alaranjada, esguia, alta e bela entra no carro. Nem uma palavra... Espero a ordem de meia-volta e nada! Sigo caminho.
Joguei pelas regras, e no fim falámos. Coisas fúteis, de circunstância, mas nunca sobre os motivos sombrios nos levaram até ali. Ambos escondemos as nossas verdadeiras razões de tal jogo perverso, perigoso e emocionante. Ficará para uma outra vez, quem sabe...
Descrevo-a de olhos fechados: 1,80m, cabelos ruivos, aliás, é mesmo tudo ruivo, pele branca como leite sem qualquer sinal, um deserto de marcas de nascença, como se fosse a própria negação de uma existência, um cheiro humano, sem os supérfluos aromas sintéticos. Uma pessoa que de execrável nada tem, uma mulher com quem sonhamos... E mais uma vez, anseio por aquilo que ainda não tenho. E o mais intangível neste encontro bizarro está patente na minha pergunta, que teve apenas como resposta, um sorriso e o bater da porta do carro:
-E qual é a tua graça....?
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